COPERCOCO

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terça-feira, 10 de abril de 2012

Protetor Solar


 A água de coco é tida como um excelente refresco e repositor energético rico em sais minerais e vitaminas, tanto que ela domina as preferências de quem vai à praia ou pratica atividades físicas. Para um pesquisador da área de Física da Universidade Federal de Sergipe (UFS) ela ganhou uma função a mais: a de proteger a pele contra a incidência de raios ultravioleta. Isto mesmo: a água de coco está sendo utilizada para a produção de filtros solares.
A novidade promete tornar mais baratos os custos de produção e venda do cosmético, que é utilizado principalmente para a prevenção do câncer de pele, o de maior incidência no Brasil. Atualmente o mercado oferta apenas produtos importados e em dois tipos. Além de caros a maioria deles mantém um detalhe pouco agradável: a região onde o creme é aplicado fica esbranquiçada. Isto no caso dos protetores solares inorgânicos, pois os orgânicos, além de não absorverem de forma eficaz os raios UVA e UVB, podem gerar radicais livres, irritação e provocar algum tipo de intoxicação.
A substância é apenas um dos resultados de uma pesquisa iniciada pelo professor Marcelo Macedo em 1998 e que deu origem ao processo Sol-Gel Protéico, batizado assim pela quantidade de proteínas presentes na água de coco utilizada nas reações. Foi através dele que se chegou às nanopartículas de óxido de zinco, material que aplicado a um creme ou gel tem maior eficiência na absorção da radiação ultravioleta. “Trata-se de um processo extremamente barato de obter esse pó, que é a parte principal do protetor solar, e que seria uma alternativa ao produto importado”, explica Macedo.
 
O estudante de Física Médica André Mansfield, que auxilia o professor nas pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Produção e Caracterização de Materiais (LCPM), através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), confirma que o fato de essa substância ser produzida em escala nanométrica (um nanômetro equivale a um bilionésimo de metro) permite que o produto final se espalhe na pele com maior uniformidade. 
 
Amostras diferentes do Óxido de Zinco resultantes do processo 
 
“A maioria das indústrias utilizam-se de outros processos para a obtenção de óxido de zinco, só que em partículas em escala micro [dez vezes maiores que as partículas nanométricas], que são mais difíceis de se dissolver e, por isso, deixam a região onde o protetor é aplicado esbranquiçada”, acrescenta Mansfield.
 
Apesar de não existirem testes mais avançados, o estudante comenta que as proteínas contidas na água de coco acabam se agregando às partículas do óxido de zinco, o que possivelmente garante que elas não serão rejeitadas pelo organismo humano. No entanto, para que o novo protetor solar ganhe as prateleiras é necessária a realização de testes em organismos vivos. Para tanto deve existir uma interação entre o grupo de pesquisa do professor Marcelo Macedo e pesquisadores das áreas de medicina, biologia ou farmácia

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