COPERCOCO

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quinta-feira, 22 de março de 2012

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[ PROGRAMAS E AÇÕES » REPORTAGEM » TRABALHO E RENDA ] Aumentar Letra :: Diminuir Letra DEPOIS DA ÁGUA DE COCO, TRABALHO E RENDA POR THAIS SENA SCHETTINO Trabalho e Renda O propósito destas ações de geração de trabalho e renda é promover a inserção de pequenos produtores em cadeias produtivas... » Seminário Cataforte » Formosa cria Plano para fortalecer turismo » Fundação BB e parceiros inauguram Centro de Treinamento em Confecção e Moda » Com bordados, mulheres da Paraíba ganham espaço no mercado do artesanato » Banners e faixas melhoram a renda de comunidade no DF Sol, praia, mar e água de coco: o cenário paradisíaco seria mais lindo se, um pouco adiante, você não tropeçasse em uma casca de coco. Pois é: a casca de coco verde responde por 70 a 80% do lixo recolhido na orla brasileira. Em Brasília, são mil toneladas de casca por mês. Esse lixo todo acaba sendo jogado nos aterros sanitários e é potencial foco de vetores de doenças, como dengue e leishmaniose. Além de ser um problema para o meio ambiente, pois demora de 10 a 12 anos para se decompor. Da cena paradisíaca para o lixão público foi um pulo, mas não precisa ser assim. A casca pode gerar trabalho e renda se aplicada uma tecnologia desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa Tropical. Morsyleide de Freitas Rosa, pesquisadora do órgão, explica que a cadeia produtiva do coco maduro já faz parte de uma série de estudos da Embrapa. O que se fez, há aproximadamente seis anos, foi incluir o coco verde nesses estudos. "São várias questões que levaram ao estudo: o aumento crescente do consumo da água de coco, a associação a propriedades nutricionais, a geração saúde e os avanços da indústria, que passou a vender o produto embalado, vieram trazendo um aumento na geração de lixo. O consumo na praia e o processamento nas indústrias geraram uma quantidade significativa de resíduos, que até então eram enviados aos lixões", esclarece Morsyleide. A pesquisadora ressalta que nos lixões, além de ser vetor para doenças, o coco provoca mau cheio e compromete a paisagem urbana. A pesquisadora e a equipe desenvolveram uma unidade de processamento de cascas de coco. Essa unidade consiste de uma máquina trituradora de casca; uma prensa rotativa, que retira o líquido; e uma máquina classificadora, que faz a separação entre pó e fibra. Com os derivados do coco, é possível confeccionar xaxim e peças de artesanato. Há um ano, uma unidade piloto, instalada em Fortaleza, Ceará, processa diariamente 30 toneladas de casca de coco verde, o que pode gerar em torno de 1.600 toneladas anuais de substrato agrícola e empregar 15 pessoas da comunidade. Muito além da água Morsyleide ressalta outra característica positiva da tecnologia: ela pode ser implementada em qualquer lugar do país. "Hoje, o coco pode ser consumido em todo o território. A unidade tem alto potencial de replicabilidade. Só é preciso atenção, pois durante o processo se extrai da casca do coco verde um líquido que deve ter destinação apropriada. Portanto, para instalação, é preciso ter uma planta de tratamento de efluentes. Mas isso é comum na indústria", pondera. A segunda unidade pode ser instalada no Distrito Federal, onde José Roberto Melo Machado, presidente da Cooperativa dos Trabalhadores em Coco (Coopercoco), interessou-se pela tecnologia. "O que nos chamou a atenção foi o fato de a máquina apontar para o reaproveitamento das carcaças e a possibilidade de transformá-las em melhoramento de renda para nós. Já tínhamos conhecimento do processo. A vinda da máquina numa exposição em Brasília nos trouxe a certeza de avançarmos na idéia da cooperativa", relata o presidente, lembrando que a cooperativa é formada por vendedores autônomos de água de coco que trabalham nas ruas de Brasília e, portanto, a unidade significa a chance de agregar renda. Ele explica que em Brasília, atualmente, a casca é jogada no lixo. "A idéia ganhou apoio na medida em que fomos explicando que jogávamos dinheiro fora, que a casca poderia melhorar a renda de todos nós, e ainda por cima afetávamos o meio ambiente. Pesou também o fato de querermos criar empregos para pessoas conhecidas que estão desempregadas. Até sabermos do projeto da Embrapa, não sabíamos o que fazer". Segundo as previsões de Machado, antes do final do ano a unidade já estará pronta. "Queremos implantar em novembro. Só estamos esperando uma linha de financiamento para compra do maquinário e a doação de um terreno aqui em Brasília. Os cooperados não têm recursos para bancar o projeto sozinhos. A média de ganho é de 400 reais". Para implantar o projeto, a cooperativa tem buscado parceiros, entre eles a Fundação Banco do Brasil. "A Embrapa Brasília e a Embrapa Tropical do Ceará têm sido nossas parceiras. Estamos tentando parceria com o governo do Distrito Federal, o governo federal, o BNDES, a própria Fundação e qualquer órgão ou quaisquer pessoas que avaliamos que podem nos ajudar. Estamos, por fim, tendo um forte apoio moral de ONGs ambientalistas daqui", explica Machado, empolgado com a possibilidade de contribuir para a comunidade e o meio ambiente. FONTE: VERSO BRASIL EDITORA DATA: 03/08/2006

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